Dra Priscila Henriques

Ablação de Tireoide

O que é a ablação de tireoide? Em que casos ela pode ser realizada?

Trata-se de uma opção menos agressiva e recomendada para pacientes que não desejam realizar a cirurgia tradicional da tireoide. É indicada em casos de nódulos benignos que estejam interferindo de alguma maneira na saúde e na qualidade de vida do paciente, causando compressão  em estruturas do pescoço, gerando incômodo estético, tosse,  dificuldade em engolir, e até interferindo na respiração. 

A ablação de tireoide é um procedimento sem cortes ou cicatrizes, que não necessita de internação hospitalar. Permite preservar a função endócrina da glândula sem que haja necessidade de tomar hormônios, e tem uma chance de lesão de nervos muito inferior à cirurgia convencional.

Quais são as principais indicações da ablação de tireoide?

– Presença de um ou mais nódulos benignos que determinem incômodo estético;

– Caso os nódulos provoquem compressão ou dificuldade para engolir;

– Caso os nódulos provoquem tosse ou dificuldade para respirar.

Estudos da última década indicam que há um papel da ablação para o caso de um tipo específico de nódulos malignos da tireoide, que são os microcarcinomas papilíferos. É necessário verificar exatamente o caso de cada paciente, por isso uma consulta prévia é imprescindível.

Quais são as vantagens da ablação de tireoide?

– Ausência de há cortes e cicatrizes;

– Não há a necessidade de ingerir hormônios, pois a glândula tireoide não é retirada;

– Anestesia apenas local e sedação, sem necessidade de anestesia geral;

– Tempo curto de recuperação, podendo voltar para a casa no mesmo dia;

– Retomada das atividades habituais dentro de 1 a 3 dias.

Como é realizado o procedimento?

A ablação de tireoide é um procedimento simples e pouco dolorido, que pode ser realizado apenas sob anestesia local e sedação, sem necessidade de cirurgia geral.

Com o auxílio do ultrassom, posicionamos uma agulha nos nódulos da tireoide que, ligada a um aparelho específico, gera o calor necessário para ocasionar o seu encolhimento. O procedimento dura cerca de 1 hora

Estudos indicam que dentro de 1 ano ocorra redução de 80% a 90% do tamanho  dos nódulos, e consequentemente uma importante redução do tamanho da tireoide.

Quantas sessões são necessárias?

Não há um número limite para sessões de ablação, e podem ser feitas quantas forem necessárias. Normalmente é preciso realizar apenas uma sessão

Em raros casos podem ser necessárias duas sessões, quando o nódulo não diminuiu o suficiente de modo a ser absorvido pelo organismo de forma natural.

Como é a recuperação?

O paciente pode retornar para casa no próprio dia do procedimento, e retornar às suas atividades habituais em cerca de 3 dias. O pós-operatório é pouco dolorido, podendo ser manejado com analgésicos simples e compressas locais de gelo na maioria dos casos

Dra. Priscila Henriques da Silva
Médica Radiologista Intervencionista
CRM-SP 176687
RQE 935891

Embolização de Varizes Pélvicas

O que são varizes pélvicas?

Consiste na presença de veias dilatadas e tortuosas próximas ao útero, tubas e ovários. Essa dilatação faz com que as válvulas na veia não funcionem adequadamente, e assim o sangue fica acumulado na região pélvica. 

Em muitos casos a paciente apresenta esses achados em um exame de imagem, por exemplo, mas não tem quaisquer sintomas. Entretanto, quando esses achados causam sintomas, temos a chamada Síndrome da Congestão Pélvica, que pode causar dor e sensação de peso em muitas pacientes.

Pouco menos de 10% das mulheres apresentam varizes pélvicas, porém apenas pouco mais da metade delas apresentará sintomas!

Por que elas ocorrem?

Varizes pélvicas primárias: 

Predisposição genética, ter tido duas ou mais gestações, e alterações hormonais (estrogênio) estão associadas ao seu desenvolvimento.

Varizes pélvicas secundárias: 

Decorrem da compressão externa de uma das veias de drenagem da região pélvica, causando obstrução do fluxo. Isso aumenta a pressão e causa dilatação das veias. 

São duas as principais síndromes compressivas:

Síndrome de quebra-nozes (“Nutcracker”): Essa condição decorre da compressão da veia renal esquerda entre a artéria mesentérica superior e a aorta abdominal. A compressão desta veia dificulta a drenagem da veia gonadal esquerda, uma importante veia de drenagem do sangue da região pélvica, ocasionando o surgimento das varizes pélvicas.

Síndrome de Cockett ou Síndrome de May-Thurner: Essa condição decorre da compressão da veia ilíaca comum esquerda pela artéria ilíaca comum direita. Essa síndrome também pode gerar uma dificuldade da drenagem venosa pélvica, causando varizes na região.

Quais são os sintomas das varizes pélvicas?

Dor em peso no pé da barriga, sensação de inchaço, dor durante as relações sexuais, e presença de varizes na vagina e no glúteo podem ser sinais da Síndrome da Congestão Pélvica. Esses sintomas podem piorar quando a paciente fica muito tempo em pé, no calor ou durante o período menstrual.

Como é feito o diagnóstico das varizes pélvicas?

O diagnóstico começa com uma boa consulta e exame físico. É importante descartar outras causas que podem gerar sintomas semelhantes como miomas, endometriose e infecções sexualmente transmissíveis. 

O ultrassom Doppler pode identificar veias varicosas na pelve e até na parede do útero. A Angiotomografia ou Angioressonância podem ajudar no diagnóstico e possibilitam identificar a causa das varizes pélvicas. 

Como é feito o tratamento?

Inicialmente, o tratamento das varizes pélvicas pode ser realizado com medicamentos para aliviar os sintomas. Quando os sintomas persistem, uma opção minimamente invasiva é a embolização das varizes.

Esse procedimento é realizado sob anestesia local com sedação, não necessitando de anestesia geral. 

Através de um pequeno furo na virilha ou no braço, fios guias e cateteres navegam por dentro das veias até chegarem no local das varizes pélvicas. Após isso, realizamos o fechamento do suprimento de sangue para as varizes por meio de materiais especiais, que são substâncias esclerosantes e agentes embólicos. O sangue é então redirecionado das veias doentes para as veias saudáveis, e os sintomas melhoram dentro de algumas semanas.

Qual o benefício do tratamento endovascular?

Hoje em dia, em muitos casos os procedimentos minimamente invasivos tomaram o lugar das cirurgias convencionais, proporcionando abordagens menos agressivas, com menos complicações e uma recuperação muito mais rápida.

Como é o retorno às atividades após o tratamento?

 A alta é programada para o mesmo dia do procedimento. Como a paciente pode sentir algum desconforto pélvico nas primeiras 72 horas, o retorno ao trabalho é indicado após esse período.

Tratamento da Dor
Pélvica Crônica

A dor pélvica crônica é causa de angústia e comprometimento na qualidade de vida de muitas mulheres. Consiste na presença de sintomas dolorosos que têm origem nas estruturas e órgãos pélvicos, com duração igual ou maior que 6 meses.

Chega a acometer mais de 20% das mulheres em algum momento da vida, e pode ter como motivo causas ginecológicas, gastrointestinais e urológicas. Em alguns casos não é possível detectar motivos orgânicos pelos métodos diagnósticos e, em outros cenários, é possível que haja mais de uma causa.

Entre as causas de dor crônica por motivos ginecológicos, as mais comuns são endometriose, miomas uterinos, adenomiose, aderências peritoniais, cistos anexiais, varizes pélvicas e infecções. Cada uma dessas queixas tem suas particularidades e por isso é importante uma consulta detalhada, e muitas vezes exames de imagem, para garantir um diagnóstico preciso. Ultrassom transvaginal e ressonância magnética da pelve são os exames mais úteis nesse contexto. 

As varizes pélvicas e os miomas uterinos são algumas das condições que podem ser tratadas pelo médico intervencionista de maneira minimamente invasiva, sem necessidade de cirurgia, internação prolongada ou retirada de órgãos e estruturas.

Biópsia e Punção de Mama

A biópsia percutânea da mama é um procedimento no qual podemos obter uma amostra da lesão suspeita. O procedimento pode ser guiado por ultrassom na maioria dos casos, mas em outros casos, quando a lesão é visível somente na mamografia, deve ser guiada pelo que chamamos de estereotaxia.

O procedimento pode pode ser realizado com agulha fina, em que há aspiração de células da lesão para posterior análise, ou com agulha grossa, em que um pequeno fragmento é retirado. Também é realizado sob anestesia local, o que torna o procedimento mais confortável. 

Controle da Dor

É possível lançarmos mão de procedimentos minimamente invasivos também para o tratamento de dores que não resolveram com remédios habituais para essa finalidade.

De maneira resumida, o bloqueio, procedimento pouco invasivo para tratar a dor, consiste em interromper impulsos sensoriais de uma região do corpo específica, diminuindo ou até eliminando por completo a dor.

Existe uma grande variedade de bloqueios, que atuam em situações e contextos diversos. Na maioria dos casos temos como alvo uma determinada estrutura (um nervo, músculo, ou articulação, por exemplo), mas também existem bloqueios mais genéricos e abrangentes, por isso cada avaliação deve ser individualizada. 

Na maioria dos bloqueios realizamos a injeção de uma medicação, geralmente um anestésico local ou um anti-inflamatório, que interrompe os sinais dolorosos ou diminuem a inflamação na área. 

Tratamento de Malformação
Arteriovenosa Uterina

Há uma grande variação na nomenclatura dessa condição popularmente conhecida como malformação arteriovenosa, as chamas “MAVs” uterinas. O que sabemos, entretanto, é que a minoria delas decorre de uma alteração congênita de fato. A maioria dos casos corresponde a uma área anormal de maior vascularização uterina, geralmente secundária a  condições como abortamento com necessidade de dilatação e curetagem, doença trofoblástica gestacional, e trauma pélvico. 

Os sintomas mais comuns decorrentes dessa condição são sangramento uterino anormal, dor abdominal baixa, dor à relação e anemia devido à perda de sangue. Muitas outras condições podem determinar sintomas semelhantes, por isso é importante uma avaliação. 

O diagnóstico é confirmado com o Ultrassom Transvaginal com Doppler, que apresenta um aspecto de imagem típico. A depender do caso, a ressonância magnética com contraste também traz informações importantes.

Na maioria dos casos o tratamento inicial é conservador. Entretanto, o procedimento de embolização vem como uma opção já bem estabelecida para os casos que não tiveram boa resposta, principalmente para pacientes que tem desejo de ter filhos. A técnica de embolização é minimamente invasiva, ou seja, é realizada sob anestesia local e sem cortes. Um pequeno furo, de 2mm, é feito na virilha por onde serão introduzidos os cateteres para a realização do procedimento.

No procedimento de embolização realizamos o bloqueio dos vasos principais que nutrem a lesão, preservando a vascularização do restante do útero da artéria que nutre os ovários, permitindo uma nova tentativa de gravidez na maioria dos casos. 

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